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Penedo

Tervetuloa (Seja Benvindo)

 Penedo

Existem milhões de lugares interessantes no mundo e a imensa maioria deles não desperta de imediato nenhum glamour.

Você já viu alguém dizer que está desesperado para ir para a Finlândia?

Eu já vi, é minha sobrinha, mas isso é outra estória.

Findândia é igual a gelo. Não existe outra associação mais imediata.

Procurando algum lugar interessante para passear comecei a ler um artigo sobre Penedo. Fiquei sabendo que o lugar é um distrito de Itatiaia, essa mesma a cidade onde fica uma montanha famosa, o Pico das Agulhas Negras.

No princípio do século XX um Finlandês concebeu um projeto de criar nos trópicos uma colônia com preceitos naturalistas e vegetarianos. Ele acabou vindo para o Brasil, foi parar no Vale do Paraiba e assim como colônia finlandesa nasceu Penedo.

Claro, houve uma mescla de culturas a cidade está integrada a sociedade brasileira mas guarda e preserva muita coisa que remete as suas origens finlandesas.

A Penedo de hoje sabe muito bem explorar suas tradições e origens em função de um apelo turístico o que a torna um lugar muito agradável.

Existe muita coisa escrita de forma bi-lingue , cercas feitas em madeira trabalhada, arquitetura com traço nórdico, isso tudo nos remete a um lugar muito mais distante do que esses 260km que separam Penedo de São Paulo.

A distância do Rio são somente 156 km. O caminho clássico é a Via Dutra e a estrada de acesso está em excelente estado.

Penedo pode ser entendida como uma cidade self service, muita variedade. Tem pra todo gosto.

Um local agradável pra passar um final de semana. Um vale com várias quedas e cursos d’água. A maravilhosa sensação de estar numa das mais altas montanhas brasileiras, um clima muito agradável.

Trutas grelhadas com amêndoas. Fondues. Sorvetes diferenciados. Chocolates. O lugar oferece ótimas opções gastronômicas. Temos até cerveja artesanal.

Na questão compras o lugar se supera. Eu particularmente me encantei com os artigos feitos nos teares. A quantidade de mini shoppings é enorme. O destaque fica com a Vila de Papai Noel, Shopping dos Duendes e o Shopping Esquilo.

Você irá caminhar a Av. Das Mangabeiras e a Rua das Velas várias vezes e com muito prazer.

Visite.

Na mais do que necessária incursão a cultura da região (Quando se sai de casa, quando se viaja, vamos em busca de muita coisa, mas tudo é cultura)

 

Museu Finlandês da Dona Eva

Um acervo de mais de 1000 objetos que acompanharam os imigrantes finlandeses ao Brasil. Além de serem coisas antigas tem muita coisa diferenciada do que conhecemos.

Sauna Finlandesa

Afaste a ideia de banho. O interessante é analisar uma edificação construida com troncos dentro de uma técnica e com ferramentas de precisão finlandesas que proporcionam um ajuste e encaixe perfeitos dispensando o log builder (construtor) do uso de pregos ou outras fixações.

Clube Finlândia

Todo sábado ali se promove um baile onde se toca e se dança um pouco de tudo, incluindo rock e samba. Danças típicas finlandesas são apresentadas e curtidas pela comunidade e pelos mais arrojados.Temos a apresentação de um grupo típico.

Cultura é coisa viva. Conviva.

Kaca Versiani

Artista plástico que se expressa aculturando o mármore. Estudou no Centro Internacional de Escultura em Cintra, Portugal.

http://kacaversiani.art.br/

Ribaldi

Opera um ateliê de mosaicos. Fiquei encantado. Seus trabalhos de grandes proporções são de muita qualidade. Não perca a arte desse expert merece um tanto do seu tempo.

A tapeçaria Finlandesa

As mulheres imigrantes trouxeram teares e perpetuaram aqui no Brasil as técnicas tradicionais das terras nórdicas.

RYIJY – É uma técnica difundida há muitos séculos. Ornava castelos nórdicos em forma de tapeçaria de parede, tapetes, colchas e sofás. É uma técnica que usa fios grossos e produz peças pesadas.

TÄKÄNÄ – É uma grande expressão de versatilidade. O trabalho sempre em teares manuais é tramado pelo avesso o que permite criar duas faces distintas e seu duplo uso.

POPPANA – Uma técnica que mistura fios e tiras de pano o que permite a utilização de peças velhas de roupas e produz tapetes muito originais.

O interessante não é saber sobre essas técnicas. O prazer maior é aprender sobre elas conversando com as mulheres que receberam essa transmissão cultural, passaram a cultuá-las e difundi-las.

A doação do Divino para a região de Itatiaia.

Penedo é vizinha do Parque Nacional de Itatiaia. O primeiro parque entendido como reserva ecológica do Brasil. O local é brindado com elementos de muita beleza natural como o Lago Azul e a Cachoeira Véu da Noiva. O ponto mais alto de Itatiaia é o Pico das Agulhas Negras, 2800m, o sexto ponto mais alto do Brasil. Em condições especiais esse pico registra temperaturas negativas de até 10 graus. Nessa região você está na tríplice fronteira entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Cortando toda Penedo o Rio das Pedras que é acompanhado por densa, e exuberante vegetação e apresenta piscinas naturais e quedas d’água.

Faça um passeio interessante, procure pela Cachoeira de Deus, ou pelas Três Bacias e acompanhe um trecho do rio.

Uma quadrilha de macacos ladrões

O ser humano é a coisa mais inconveniente do planeta. Usa exageradamente tudo, arruína os lugares, altera a natureza, compromete o planeta inteiro. E não para de crescer e de se espalhar.

A proximidade do homem faz um mal enorme para muitas espécies. Na verdade para todas, mas isso é outra estória.

Havíamos subido para a parte alta do parque. Gostamos desse contato com a imensidão da natureza vista de um plano tão superior. Horas de contemplação, muito papo, um astral renovado pela atmosfera. Já no carro avistamos um quiosque abrigando uma lanchonete. Definimos parar quando avistamos um bando de macacos no terreno ao lado do quiosque. Que desastre para os humanos e principalmente para os macacos. Algum dia as pessoas começaram a atrair, fornecer comida para os macacos (acredito) gerando atenção para a lanchonete. Outras pessoas, também cheios de ótimas intenções começaram a alimentar diretamente os bichinhos. Acabou sendo criado um “modus operandi” , a pessoa chegava comprava um pacote de salgadinho e ia alimentar os macacos. Eles aprenderam, ficaram condicionados, ficaram dependentes. E cada vez mais eles passaram a entender como sua propriedade o que os turistas traziam nas mãos, resultado. Presenciei um bando de macacos assaltantes tirarem qualquer coisa que alguém tivesse nas mãos e se aproximasse do bando. Como num primeiro momento eles não sabem distinguir as coisas, lá se foram celulares, câmeras, óculos e claro comida que seria ou não destinada aos macacos.

Uma situação horrível, os bichinhos passam de “gracinhas” a @#&&)o0* em minutos. Não acho que essa questão é culpa dos macacos.

Cako Machini
Cako Machini
Desde 1953 também responsável pelo mundo que vivemos. Publicitário, marqueteiro, empresário. Criativo, amante das artes. Resolvido a viver o Outono de sua Vida junto a natureza, priorizando as palavras e as viagens.

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