Bichinho. Conhece, já ouviu falar?
Uma comunidade inteira (inteira mesmo), voltada para a produção de artesanato.
Nem vale a pena dizer explicar que o nome correto do distrito é Vitoriano Veloso. Também corrigir dizendo que Bichinho pertence a Prados e não a Tiradentes é bobagem.
O interessante é dizer que Bichinho enche os olhos. A cidade, tá bom, o distrito é uma imensa trama de ateliês. Os comerciantes de Tiradentes que me desculpem mas para quem gosta de arte popular, quem quer sentir uma atmosfera diferente, visitar Bichinho é fundamental.
Já na estrada você encontra artesões talhando pedra.
Difícil e desnecessário tratar com exatidão a questão de quem impulsionou quem. Em 1991 chegou a cidade o Toti um experimentado artista que já havia trabalhado fora do Brasil (Itália), e fora antiquário em Embu das Artes.
Na região alguns artesões faziam trabalhos bastante típicos. Toti resolveu ficar e montou um ateliê. Pôs em pratica suas preocupações com materiais sustentáveis da região e acreditando no talento das pessoas e preocupado com as expectativas da região criou um projeto mais do que interessante, a Oficina de Agosto.
Esse empreendimento formou, ou aprimorou mão de obra. Organizou, profissionalizou, deu consistência e fama mundial ao artesanato mineiro de Bichinho.
Oficina de Agosto é melhor definida como vila. De frente para a estrada temos a loja, descendo por dentro da propriedade, galpões, casas, pátios com várias intervenções.
Não precisa muito conhecimento para identificar as peças das regiões brasileiras produtoras de artesanato. Quadros com dezenas de bundinhas, outros com dezenas de cabeças. Divinos, galinhas, flores recortadas de madeira. São típicos e são lindos.
Bichinho é atração pra mais de meio dia. Esticando até Prado (vale a pena) e ficando proseando no almoço você passa o dia inteiro. Pra quem gosta de ver artistas trabalhando, prosear, ter contato tanto com artesões que fazem repetidamente os mesmos objetos como estar com verdadeiros gênios do entalhe, a principal arte da região.
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