Deus, os homens, o cavalo, o camelo.

Recebi um comunicado da Paraíso Empreendimentos orientando que não usar com tanta freqüência o nome do SEO. Na verdade o comunicado era quase uma circular. O pedido é coletivo. A assessoria entende que todos estão pedindo demais ao senhor. É um tal de… Deus me acuda, Deus me valha e o que mais está irritando o Supremo…Deus me livre.

Ele reclama que ninguém toma cuidado com nada e depois quer que Ele se incumba de impedir que as conseqüências atinjam quem provocou as causas.

Reconheço que cada um de nós deveria fazer a sua parte. Não quero ver nenhum Arcanjo mais exaltado aconselhar sobre um novo dilúvio. Muito menos o grupo dos Anjos Decaídos insistir em presentear cada ditadorzinho com uma mini usina nuclear.Que idéia!

         Prometo fazer esse texto sem usar novamente seu santo nome.

         Estava o todo Poderoso num processo de revisão da Criação. Muita coisa já havia sido criada, porém muito ainda havia por ser feito. Numa autocrítica sincera Ele já havia reconhecido que o besouro mereceria uma aerodinâmica melhor. Que as jaqueiras deveriam ser plantas pequenas assemelhadas ao tomateiro. O risco seria menor.

         Decidiu que o Centauro seria simplesmente um animal mitológico.Na verdade baixou um decreto que nada da criação deveria ser misturado. Porque admitir um bicho meio homem, meio mula?

         Ele o Supremo, estava analisando um pedido sobre o Centauro. A alegação era que aquele chifre estava muito longo e poderia causar acidentes.

         Na verdade a petição sobre o Centauro tinha outras pleiteações.  Os humanos queriam que Ele eliminasse o Centauro e aprimorasse o Cavalo. Alegavam que o Cavalo estava determinado a ser o grande instrumento de trabalho dos homens. Nessa condição seria valido repensar sua autonomia, sua capacidade de força, principalmente em condições adversas.

         Nosso Grande Senhor nunca gostou muito de críticas. Na verdade ele detesta e afirma categoricamente que “Ir contra a natureza Divina, nunca dá certo”.

         O Criador entendia que o Cavalo era um bom, um ótimo produto. Que serviria os homens em todos os sentidos. Seria objeto de vaidade. Seria até instrumento para formar parelhas com os homens em jogos. O Criador pensava em Polo, Cavalhadas, nunca em Turfe, isso posso afirmar.

         Porém, o Pai Magnânimo resolveu permitir que os homens apresentassem uma alternativa como instrumento de trabalho. Propôs que a humanidade montasse um comitê para discutir e conceber esse novo animal.

         Os humanos demoraram mais de seis meses para conseguir montar o tal comitê. Havia muita discordância, muitos queriam participar e todos exigiam o direito de ser nomeado presidente do comitê.

         Teve de tudo, denúncias de favorecimento, disputas internas, acusações sobre a vida pregressa de alguns participantes, etc.

         Não exatamente houve consenso mas o tal comitê apresentou sua versão de animal instrumento de trabalho do homem….O Camelô! O prospecto de divulgação dizia sobre a sua força, capacidade de sobrevivência mesmo sem água e outros tantos atributos.

         Gente, o Camelô fede, tem quatro joelhos, é lento, desengonçado, não tem o menor charme e é tão teimoso quanto aqueles que o criaram.     

         Resumo. Deus criou o Cavalo, o homem montou um comitê criou o Camelo.

         Moral da história. Isso é o que se pode chamar de “Um ataque de achismo!”