Ninguém, conscientemente, pode aceitar a violência ou qualquer outro ato lesivo tanto a pessoas como a propriedades. O que motiva, e a quem interessa essa postura destrutiva? Estamos presenciando uma serie de atos onde a violência está presente. Ninguém pode ser contra, a favor ou ter opinião sem analisar todos os elementos envolvidos.
Quem tem postura violenta? Quem pratica vandalismo? O povo? Os movimentos organizados? A Polícia? O governo?.
Se os parlamentares agissem para direcionar as políticas públicas e colocassem o capital para servir melhor a sociedade, todos lucrariam mais.
Vamos refletir sobre os múltiplos aspectos dessa questão.
É isso que defendemos. Ter uma atuação parlamentar objetivando o avanço das políticas no sentido de fazer o capital deixar de ser selvagem e trabalhar para melhorar a sociedade.
Refletir sobre vandalismo é exercício intelectual necessário e não significa apoio irrestrito a essa postura. Muito pelo contrario devemos perseguir sempre uma forma inteligente de fazer qualquer coisa, inclusive e principalmente expor suas ideias, pleitear seus direitos.
Lamento muito que toda vez que se condena o vandalismo as pessoas entendam que seu direito de manifestação está sendo restringido. Será que o impacto de uma depredação é tão mais importante para sensibilizar a sociedade que não pode ser substituído por uma ação benéfica para a sociedade? Existem hoje, na Internet, várias instituições criadas para difundir ideias, gerar discussão, fazer denuncias. Pergunto. Discutir, difundir não é mais legítimo do que radicalizar? Anotem: http://www.avaaz.org/ www.change.org http://www.peticaopublica.com.br/ http://www12.senado.gov.br/ecidadania/principalideia
Precisamos tomar muito cuidado para que não tenhamos um endurecimento das ações de ordem pública que ao invés de prevenir atos de vandalismo sirvam para tentar calar as manifestações. Na mesma forma precisamos reconhecer a participação de “descompromissados” nos movimentos.
O movimento Black bloc precisa ser melhor entendido. Se o movimento entende ser possível e necessário molestar, dilapidar o patrimônio dos símbolos do capitalismo, é por que a massa está se sentindo agredida pelo poder também selvagem do capital. Se os parlamentares agissem para direcionar as políticas publicas e colocassem o capital para servir melhor a sociedade, todos lucrariam mais.
Qual o pior vandalismo? O incidental, ou o planejado? Nosso país tem memória curta e muita coisa foi omitida da sociedade. Principalmente para aqueles que pedem uma repressão sumária para os ativistas, uma lembrança sobre a nossa história recente.
Vandalismo Institucional
….No final dos anos 60 surgiu um elemento importantíssimo na resistência a ditadura imposta pelo golpe militar de 64, e também responsável por muitos avanços na nossa imprensa, na nossa cultura. O semanário O Pasquim, jornal irreverente, denuncista, debochado, despudorado que abalou e influiu em muito no Brasil. O descontentamento, as angústias da sociedade eram tamanhas que sua tiragem chegou a espantosa tiragem de 250.000 exemplares um número imenso até mesmo para os grandes jornais no dia de hoje. Não é preciso dizer que toda a equipe de O Pasquim foi presa diversas vezes. Conta a lenda que numa determinada ocasião a repressão prendeu a todos, até a tia do café foi detida. Milagrosamente esses jornalistas não sofreram torturas. Sabem como a repressão agiu para desestabilizar O Pasquim? Numa ação que poderíamos chamar de “Vandalismo Institucional” Conforme confissão explicita do General Newton Cruz, eram jogadas bombas em bancas de jornal em represaria ao fato desses jornaleiros venderem O Pasquim.
Quem quiser conhecer melhor sobre O Pasquim leia o tópico “ A famosa gripe do Pasquim” Leiam também “Vandalismo Institucional” leiam e se escandalizem.
Vejam
http://acertodecontas.blog.br/midia/general-newton-cruz-o-nosso-mussolini/
“Era moda aquele negócio de bomba em banca de jornal”, diz general
Os vídeos da entrevista com o general Newton Cruz estão disponíveis nos post “Era moda aquele negócio de bomba em banca de jornal”).
……………“A ideia desse grupo não era matar ninguém. A ideia era… era moda aquele negócio de banca… de bomba em banca de jornal. Era pegar uma bomba, uma bombazinha, uma bomba e jogar lá fora, nas imediações pra… Ato de presença: ‘nós estamos aqui; vocês estão aí.”…………..