Marido de Aluguel

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Marido de Aluguel

Marido de Aluguel

            Ana Lúcia, Kátia e D. Cecília, todas moradoras do Edifício Igaratá. Elas se conhecem e se curtem. Incrivelmente essa relação se intensificou pela área de serviço, eu explico. O edifício tem, na parte interna um formato em “U”, e assim as áreas de serviço (são amplas e abertas) se tornam visíveis.

            Ana Lúcia mora no 62, Kátia no 63, D. Cecília no 54.  Uma bem ampla visão das áreas de serviço das outras sendo possível até conversar.

            Numa manhã Kátia percebe Ana Lúcia de cara fechada vasculhando um armário. Pergunta.

            – Bom dia….. O que você perdeu ai dentro.

            – Bom dia. Perdi minha paciência no banheiro e estou tentando achar um desentupidor. Juro que tinha um aqui.

            Kátia leva um desentupidor tentando socorrer a amiga. Ambas conferem o box do banheiro com o ralo inoperante.

            – Vou chamar o Téo, volto já. Voltou e explicou.

            – O Téo é um homem maravilhoso. Marido de Aluguel, sabe? Já veio em casa várias vezes. Ele resolve esse problema rapidinho.

            Algumas horas mais tarde, Ana Lúcia abre a porta e recebe um homem de corpo bem torneado, usando uma justíssima camiseta e portando uma mochila.

            Ele descalça o tênis, arregaça as calças e começa a fuçar no ralo. Tentando não ser inconveniente Ana Lúcia se afasta e acompanha o trabalho de longe. Na verdade Ana Lúcia apenas curtia o visual do seu prestador de serviço. Téo aproveitando estar sozinho, enfrentando o calor e tentando preservar minimamente sua roupa, havia tirado a camiseta deixando um invejável físico à mostra.

            Na cozinha onde estava Ana Lúcia ouve um barulho estranho e um gemido. Entra no banheiro e entende que Téo havia escorregado, batido o corpo contra uma das laterais do box que acabou ferindo sua coxa direita. Era uma visão aflitiva ser a água do box se tingindo de vermelho.

            – Desculpa D. Ana, escorreguei, arrebentei seu box.

            – Esquece.  Olha essa sua perna tá sangrando muito. Meu Deus.

            – Não tá doendo muito não. Esse sangue na água é que está dando uma impressão ruim.

… … … … …

        No dia seguinte Ana contando o ocorrido para Kátia.

            – Fiquei tão nervosa. Aquele homão fazendo cara de sofrimento. Eu tinha que fazer alguma coisa. Não dava pra cuidar de um ferimento na coxa sem tirar as calças dele. Pedi que ele tirasse a calça, ele se negou, insisti, ele teimou, ai eu meio desesperada abri o botão puxei o zíper, ele elevou o quadril pra me ajudar. Mesmo apavorada com o ferimento dele não deu pra deixar de ficar admirando aquele volume que se mostrava com a saída da calça. Aquela cuequinha branca, que começou a ficar molhada… Menina que contorno, dava pra imaginar que pinto escultural aquelas roupas escondiam.

            – Ele tem um corpo bárbaro, não é? Acrescentou Kátia.

            – Se tem. Quando vimos que o corte não era profundo, fiquei mais tranquila. Tranquila e excitada. Dois adultos embolados num box minúsculo, não havia como não haver contato físico.

            – Voltei com um vidro de Água Oxigenada, derrubei o líquido sobre a coxa dele. Não havia trazido nem gaze, nem algodão, comecei a limpar com a mão mesmo. O sangue estancou rápido e meus hormônios explodiram. Minha mão estava a poucos centímetros do volume mais bem torneado que eu já havia visto.

            – A senhora me perdoa? Ele disse num volume mínimo. Como me excita ver um ser tão másculo emitir uma voz miúda. Ai amiga, não aguentei, apontei meu rosto em direção ao dele e coloquei minha mão exatamente onde ela queria ficar. Tô tão balançada, como é que eu tive coragem? Eu queria ver aquele pinto, estava excitada demais. Nem sei o que você vai pensar de mim…
Acabei arrancando a cueca dele. Que visão, aquela ferramenta… … Kátia intervém.

            – E aquele tridente tatuado na virilha também excita muito.

            Em segundos, Ana Lúcia muda de semblante, fica séria e afirma.

            – Mas o tridente só pode ser visto quando ele está nu! Kátia, você… ?

            – Fiz com ele exatamente o que você também fez!

            – Mas comigo foi um acidente!

            – Não querida, foi tesão mesmo. As enfermeiras não saem dando pra todo homem que elas fazem curativo.

            – Mas foi o momento… …

            – Isso, foi o momento que você se perdeu de tesão. Agora deixa de dar uma de Madalena arrependida e conta logo o que rolou.

            – A gente foi arrancando as roupas, se arrastou pro corredor e se fartou de todas as maneiras. Ele tentou subir em mim, mas eu estava ansiosa demais pra olhar aquele pinto bem de perto, acaricia-lo, beijá-lo, coloca-lo na minha boca. Aquele homem tem uma força descomunal. Me ergueu pelo quadril, ficou sentado, jogou minhas pernas por cima do ombro dele, meteu a boca na minha xoxota e que deu uma chupada de gente grande. Não doeu, mas ele mordeu os lábios da minha buceta de um jeito que eu nunca havia sentido.

            – Ele é ótimo. Exaltou Kátia que ouvia a narrativa de Ana Lúcia com a mão dentro do shortinho, e quase suplicou… – Conta mais, tô excitadíssima.

            – Com ele dentro gozei pelo menos três vezes. Num dos poucos momentos de ficar um pouco mais lúcida, cravei as unhas na bunda daquela escultura viva. Foi muito louco ver aquele homão trincando os olhos, deve ter doido um pouquinho.

            – Ele é tão másculo, tão viril que fiquei com medo quando ele gozou. Ele dava urros que pareciam virem das profundezas da alma. Dava umas estocadas que metiam medo, fiquei apavorada, achei que aquele pinto iria atravessar meu corpo. Puta merda que foda.

            – E a senhora? Vai dizer que ele também se acidentou? Indagou Ana Lúcia.

            – Fui parar nos braços dele por culpa do meu marido.

            – Foi vingança de alguma coisa que ele aprontou?

            – Não… Foi relaxo. Meu marido é relaxado demais. Ele estragou a escadinha lá de casa. A coitadinha está manca. Fui pegar uma ferramenta pro Téo na parte superior do armário. Comecei a subir, a escadinha bambeou, ele reclamou que eu poderia cair e ficou segurando a escada. Quando eu estava no último degrau mudei o pé de lugar e a escada bambeou novamente. Ele se apavorou, eu me apavorei, sei lá, só sei que quando percebemos eu estava no colo dele. Ele foi me descendo devagarinho, quando meus peitos passaram pelo rosto dele a gente se excitou muito e em seguida ele me roubou um beijo.
Me colocou no chão, pediu desculpas dizendo que eu era atraente demais e ele não se conteve de me sentir em seus braços. Fiquei na ponta dos pés, levantei o rosto cabisbaixo dele, dei um minúsculo sorriso e ataquei dizendo.

            – Gostei muito. Pena que tenha sido tão rápido. Enfiei minhas mão por baixo da camiseta dele e cravei as unhas nas costas daquele homem que naquele momento era meu único objetivo. Fui novamente beijada, agora delirantemente, loucamente. O cara é um acrobata. Arrancou minha blusa pelo pescoço num golpe só. Me ergueu com um dos braços e com o outro arrancou meu short. Trepamos pela primeira vez ali mesmo no chão da dispensa.

            – Primeira vez? Você está tendo um caso com ele?

            – Mais ou menos. Foi só naquele dia, na verdade isso aconteceu na semana passada. Acontece que um homem desses deve ser saboreado como merece. Meu marido estava viajando, só voltaria dois dias depois. Combinamos que ele sairia da minha casa como se o trabalho tivesse sido encerrado. Nos encontramos mais tarde, jantamos e depois entrei com ele escondido no carro. Distrai o porteiro da noite, ele subiu pela escada e passamos a noite juntos aqui em casa.

            – Safada!

            – Tanto quanto você. A carne é fraca o homem é forte. E essa, com certeza, não foi a primeira vez que qualquer uma de nós teve uma aventura.

            – Não, não foi mesmo mas é, pelo menos pra mim, a primeira vez que uma amiga pegou o mesmo homem que eu.

            As duas se abraçam, trocam uns beijinhos e Kátia se mostrando mais safada ainda excita o ambiente com uma fantasia.

            – Quem sabe um dia ainda pegaremos o Téo as duas juntas?

            – Nossa! Nunca fiz isso.  Diz Ana Lúcia num misto de surpresa, excitação e interesse.

            – Vamos deixar rolar… Suaviza Kátia beijando novamente a amiga.

… … …

         Alguns dias depois, na rotina matinal, as amigas se cumprimentam pela área de serviço quando percebem D. Cecília, no visual absolutamente comum, seu penhoar azul,  claro, os grisalhos cabelos presos num coque e os óculos apoiados na testa, porém nesse dia um tanto inquieta que o normal. Ana Lúcia, indaga.

            – Tá tudo bem D. Cecília?   

            – Quase minha filha, quase…

            – E nós podemos “quase” ajudar?

            – Marquei de ir buscar uma sobrinha e suas duas crianças em Campinas, marque passagem pro ônibus do meio dia. Passou o dia com eles e amanhã cedo voltamos pra cá. Eles ficarão o resto do mês aqui comigo.

            – Mas qual é o problema?

            – Vocês não vão acreditar. Ontem tudo em ordem, agora cedo, quem diz que meu chuveiro esquenta? Como posso chegar em casa de vigem com visitas e sem chuveiro?

            As amigas se entreolham e automaticamente oferecem a solução, dizendo a um só tempo.

            – O Téo dá um jeito nisso rapidinho.

            – Téo, quem é Téo? Deslumbradas as meninas respondem.

            – Ele é ótimo!

            – Ótimo? Ele é competente? D. Cecília pensa em seu chuveiro, as meninas pensam na possibilidade de rever Téo.

            – Competentíssimo!

            – Mas não dá tempo. Eu tenho que demarcar a viagem.

            – Não precisa desmarcar nada. Se eu sirvo para entrar em seu apartamento e alimentar seus gatos, posso muito bem receber o Téo e acompanhar o serviço. Diz Kátia mais do que resoluta.

            – Eu fico com ela, reivindica Ana Lucia sua participação na empreitada.

            – Vocês são uns anjos.

            – Será um prazer, afirma Kátia.

            – A senhora nem imagina quanto prazer, afirma levianamente Ana Lúcia.

            – Surpresa com tanto empenho das meninas em ajuda-la, D. Cecília, agradece e corre se preparar para a viagem.

… … … …

            Duas da tarde as meninas sentadinhas na sala de estar esperam por Téo. Por desconfiança uma da outro, por ansiedade, ou pela super fantasia que estaria esperando por elas resolveram que deveriam estar juntas para receber o ótimo encanador e o maravilhoso amante.

            Mesmo sabendo que qualquer visita seria anunciada pelo interfone, as meninas entram em sobressalto quando percebem movimentos na porta de entrada. Num misto de espanto e frustração elas veem D. Cecília abrir a porta.

Perguntam em coro.

            – O que foi que houve D. Cecília? 

            – Gripe. Minha sobrinha telefonou pediu para adiar a viagem, as duas crianças ficaram gripadas.

            – Que droga! Desabafa Ana Lúcia.

            – Mas que merda. Diz Kátia. Essa gripe estragou tudo.

            Cecília imaginando que as meninas estavam sentidas por ela, se desdobra em agradecimentos. As meninas se entreolham e resolvem fazer uma retirada estratégica.

            – E o encanador? Pergunta D. Cecília.

            – Deve estar chegando. Respondem e se retiram. Indo cada uma pra seu apartamento deixam combinado que se uma delas conseguir ver Téo, com muita discrição e sem levantar a menor suspeita deveriam sinalizar para ele ir até um dos apartamentos.

… … … …

            Na manhã seguinte, com ar de “roubaram meu doce” as meninas se cumprimentam e gesticulam querendo dizer … teria sido ótimo…
D. Cecília aparece dá bom dia para as meninas e chama muito a atenção por estar com os cabelos soltos, sem óculos e vestindo um robe de cetim preto. Ninguém ousou comentar, quebrando o silêncio Ana Lúcia pergunta.

            – Correu tudo bem? O Téo consertou seu chuveiro?

           Cecília dá um sorriso, agradece as meninas e afirma.

            – Tá tudo ótimo. O chuveiro está funcionando. Aliás, ele deu jeito em várias outras coisas aqui em casa. Meninas esse rapaz é sensacional.

            Reforçando sua fala, num tom meio sofrego, meio enigmático completamente fora do habitual ela completa.

            – Ele é ótimo!

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A hóspede            Vem transgredir comigo           Marido de aluguel        Edifício Minister 
A serviçal           Ele queria um homem             Orgasmo marcado           Mary Help

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Cako Machini
Cako Machini
Desde 1953 também responsável pelo mundo que vivemos. Publicitário, marqueteiro, empresário. Criativo, amante das artes. Resolvido a viver o Outono de sua Vida junto a natureza, priorizando as palavras e as viagens.

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