Entrevero – culinária & política
11 de fevereiro de 2016
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16 de fevereiro de 2016

Paixão

Paixão. Nós nos apaixonamos pela Renault Captur.

A nossa geração (eu e a imensa maioria dos leitores) tem mais de 50 anos. Para nós automobilismo é muito mais marcante do que para as gerações bem mais novas.

Carro era símbolo de status, ter automóvel, significava emancipação, ritual de passagem independência, etc.

Tradição e esportividade. Pra nós, os Maduros, esses dois aspectos sempre nortearam a paixão e as escolhas. Até por que essas características nos remetem a todo o romantismo que o automobilismo possa, ou tenha tido um dia. Nossa geração não entendeu o automobilismo como utilidade, ele foi e será para nós puro romantismo.

Quando você vai trocar de carro, mesmo que inconscientemente, você acaba invocando essas condições. Quer ver? As marcas dos automóveis que mexem com nosso emocional são fruto de um comprometimento. O criador colocou seu nome na criatura. Ferrari, Benz, Ford, Renault, são sobrenomes de iluminados senhores que presentearam a humanidade com o automóvel. E fechando o círculo, lembro que todos eles se envolveram enormemente com as corridas, eventos criados (desde os tempos das bicicletas) para promover seus produtos.

Falar de Enzo (Ferrari) não seria novidade. Falemos então de Louis (Renault).

A gigante Renault foi fundada em 1899 por Louis Renault que na época tinha pouco mais de 20 anos. O industrial também foi piloto de corridas por muitos anos. Deixou as pistas após seu irmão Marcel Renault (também fundador da Renault) ter morrido durante uma corrida. Essas informações reforçam meu respeito pelo empreendedor romântico, aquele que coloca seu nome no que faz e coloca a sua própria vida dependente de seus produtos. As corridas daquela época eram disputadas nas estradas disponíveis e tudo era primitivo. Primitivo mais romântico, era o homem e suas projeções mostrando superação.

 

Não conheço nenhuma outra pessoa ainda viva que tenha como eu frequentado a Escola de Pilotagem Bardhal Os irmãos Fittipaldi e Pedro Victor Delamare eram os proprietários e principais instrutores.

Agora em tempos atuais onde a tecnologia passou a ser dominante no automobilismo esportivo (leiam Fórmula 1), A marca Renault ocupa lugar de destaque nesse cenário, coleciona títulos e feitos. É possível avaliar sua excelência citando apenas os pilotos que dirigiram seus carros. René Arnoux Jean-Pierre Jabouille – Alain Prost – Ayrton Senna – Nigel Mansell – Damon Hill – Jacques Villeneuve – Fernando Alonso – Jenson Button – Robert Kubica Jarno Trulli – Giancarlo Fisichella

Essa trajetória romântica, essa vinculação do homem com seu produto, o automobilismo esportivo em essência sem a ditadura da tecnologia, é que na hora da escolha de seu próximo carro nos aproxima de marcas com esse estigma. Posso sonhar com Benz e Ferrari, mas estou hoje apaixonado pela Renault.

Além desses aspectos emocionais, existe uma ótima razão para respeitar o Sr. Louis Renault e seu legado. No pós guerra ele foi agraciado com o prêmio de “O maior empresário Anti-Nazista do mundo”. Uma honraria que pelo bem da humanidade nunca pode deve ser esquecida.   

Outra argumentação super importante a favor de Louis Renault, foi sua determinação de administrar suas fábricas segundo os preceitos de Frederick Taylor  (1856-1915)

Taylor concentra seus argumentos na eficiência do trabalho. Fazer as tarefas de modo inteligente e com a máxima economia de esforços. Preconizava treinar operários em funções específicas e oferecer sempre os melhores salários. Sua aposta era que isso geraria uma diminuição dos custos unitários de produção e levaria  a prosperidade a patrões e empregados.  

Sem polemizar pondero que a Renault é mais antiga que a Ford e que Taylor postulou fundamentos, portanto deixar Henry Ford posar sozinho como revolucionário dos processos industriais é uma jogada de marketing.

Outra coisa que nos apaixona pela Renault é o gosto pela arte. No design dos carros, nas peças de comunicação. Passion for life, paixão pela vida. Nenhuma definição poderia ser melhor para a Captur, o SUV passado a limpo.

 

 

 

 

 

Hoje falamos de forma apaixonada pelo SUV preferido na Europa e mais cobiçado no Brasil. Voltaremos para falar  em tecnologia e contar como dentro de critérios  racionais elegemos a Captur como nosso novo carro.    

 

 

 

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Não conheço nenhuma outra pessoa ainda viva que tenha como eu frequentado a Escola de Pilotagem Bardhal Os irmãos Fittipaldi e Pedro Victor Delamare eram os proprietários e principais instrutores. E nesse distante 1971, todos os garotões sonhavam em ter uma carteira de PC (piloto de Competições) e se aventurar no asfalto de Interlagos. Aquele automobilismo era Romântico, era movido a braço, talento, espírito de competitividade. Era desenvolvido em oficinas de bairros, em garagens, nada absolutamente nada tinha a ver com a (super produção) Formula 1 dos tempos atuais.

Anote ai, os carros de treino dessa escola eram os mesmos Formula V (chassi e motor VW 1300 cc) que disputavam corridas nos autódromos brasileiros.

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Le Petit Journal foi um jornal diário publicado de 1863 a 1944. Fundado por Moïse Polydore Millaud,  publicava curiosidades, acontecimentos políticos, fatos históricos retrospectivos e textos ficcionais

Na década de 1890, devido a sua grande popularidade, chegou a ter uma tiragem de um milhão de cópias.

Le Petit Journal foi responsável pela criação de dois importantes eventos desportivos na França daquele período. Em 1891 patrocinou a criação da corrida de bicicletas Paris-Brest-Paris. Organizou também a primeira corrida de automóveis da história: a Competição de carruagem sem cavalos (Concours des Voitures sans Chevaux) de 1894 entre Paris e Ruão. A corrida foi ganha pelo conde Albert de Dion em uma De Dion-Bouton.

 

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  A teoria de Frederick Taylor, chamada por ele, Teoria da Administração Científica,  está apoiada em algumas máximas pelas quais deve ser orientada toda a administração.                                                                                              Planejamento – Substituir os métodos empíricos e improvisados  por métodos científicos e testados.                                                                                          Preparo  – Selecionar os trabalhadores para suas melhores aptidões e treiná-los para cada cargo.                                                                                                 Controle – Supervisionar se o trabalho está sendo executado como foi estabelecido.   Execução – Disciplinar o trabalho.                                                           Singularizarão das funções  – Cada trabalhador fazendo somente uma etapa do processo de montagem do produto

 

Cako Machini
Cako Machini
Desde 1953 também responsável pelo mundo que vivemos. Publicitário, marqueteiro, empresário. Criativo, amante das artes. Resolvido a viver o Outono de sua Vida junto a natureza, priorizando as palavras e as viagens.

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