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Pedreira

Título

 

Localizada a 140 km de São Paulo. O nome dessa cidade remete a pedra. Qualquer um se perguntado diria que essa deveria ser a origem do nome e da cidade.  Engano, Pedreira vem de Pedro, na verdade de Pedros, dos vários Pedros que fundaram a cidade. João Pedro de Godoy Moreira (pai) João Pedro de Godoy Moreira (filho),  e seus irmãos Antonio Pedro, José Pedro, Joaquim Pedro e Bento Pedro. O local passou a ser conhecido como o local dos Pedros, quando foi emancipada, oficializando o apelido virou Pedreira. A cidade vive do turismo de compras ou no apoio desse. São 450 lojas vendendo equipamentos para casa, basicamente cozinha e também decoração.

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Estive em Pedreira pela primeira vez em 2003. Nessa época a imensa maioria dos artigos oferecida era produzida na terra. Porcelana, faianças, etc. A industria local era forte. Hoje, existem muitos artigos importados (principalmente da China). Que pena. Quem está equipando a casa será muito bem servido. Variedade e preços interessantes.

Também temos o garimpo. Algumas lojas vendem a “segunda escolha” de vários fabricantes. O preço é excelente e com um mínimo de paciência é possível encontrar peças com defeitos mínimos.

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Você vai chegando e descobre que está entrando na área urbana pelo aparecimento de “lojas de louças” dos dois lados do caminho. Você chega a Praça Coronel João Pedro, vê o prédio da antiga estação ferroviária e imagina estar no centro da cidade. Engano você chegou ao centro de compras. Nessa região estão concentradas as lojas da tipicidade local. O centro da cidade está +- 1,5 km a frente.

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Além da Louça, existem várias lojas de artigos (bolsas e vestuário) em couro. Intenso também são as lojas que oferecem móveis em MDF, com ou sem acabamento.

Pedreira, fora compras é uma cidade interiorana. Limpa, ordenada, mas sem maiores atrativos. Quem como nós procuramos curiosidades acaba se interessando por algumas atrações.

O Museu da Porcelana é um passeio recomendável. Apresenta por exemplo mobiliário doméstico e profissional de antigos moradores.

Vejam. Temos todo o consultório de um “Pratico” dentista. Exatamente isso, o cidadão que ocupava aquele escritório era um Prático e não um Cirurgião Dentista. 

Foi pra mim e deve ser pra muitos curioso saber que há tão pouco tempo não existia no Brasil formação universitária para Dentistas.

Fui pesquisar a primeira escola para estudo da Odontologia em São Paulo foi fundada em 1900.

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Pra honrar o nome o museu dedica boa parte do seu espaço a porcelana. O processo de fabricação é demonstrado e todo maquinário necessário (tecnologia de museu, claro) está exposto.

Fiquei surpreso ao saber que uma peça de louça queima no forno a 130° durante 5 horas, e depois permanece por 3 horas num processo de resfriamento. E nesse processo ela diminui em até 30% do seu volume original.

A grande surpresa.

Café Fazenda Santa Clara (decorem esse nome).

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Com 10 minutos de permanência nesse restaurante Beth exclamou.                    – Mais isso é um bacanal dos sentidos!

O simpático casal Eunice e João teve êxito, muito êxito em transformar uma casa de fazenda. Na verdade nem foi na casa sede a transformação, num sofisticado, original, agradável, apetitoso restaurante. Num misto de Antiquário e Restaurante instalado numa rústica construção de Taipa, você tem o Santa Clara.

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A maior atração do Santa Clara e a Dona Nonô. Uma figura simpática, de boa prosa que além de ciceronear os frequentadores é responsável pela cozinha.

Dona Nonô, tem o biótipo de uma grande cozinheira caipira. Baixinha, negra, gordinha. Vestida da touca ao sapato de branco e ostentando um genuíno sorriso.

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Não dá pra saber se Eunice e João montaram o restaurante e foram garimpar Dona Nonô, que se encaixa perfeitamente ao contexto da casa. Ou se eles encontraram a Dona Nonô e inspirados nela resolveram montar o restaurante.Beijei muito essa fofa.

 

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Arado, bicicleta, torrador de café, garrafa antiga de tubaína, raiz bonita, ferro de passar movido a lenha….pode escolher tem bastante e de tudo espalhado pelo espaço que um dia foi varanda, cozinha, sala e quarto de uma casa de capataz da fazenda.

 

 

 

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Entenderam a lógica da Beth classificando o local de Bacanal dos Sentidos?

Você tateia e olha coisas lindas. Respira ora um cheiro de mato, ora o aroma da cozinha. Escuta uma voz amiga contando sobre a casa, sobre cozinha caipira, sobre sua experiência, sua vida….E acreditem na escolha dos pratos, no preparo, Dona Nonô sabe como excitar e provocar orgasmos no paladar de qualquer um.

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Se alguém conseguisse fazer sexo com a mesma disposição e freqüência com que se levanta para se servir de outras delícias no fogão a lenha de Dona Nonô, viveríamos em êxtase.

Eu sou controlado, juro que sou, mas a variedade de coisas que oferecidas implica na prática do pecado da gula. Além do que não se encontra com facilidade o que é ali servido (e nem estou falando de qualidade).

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O restaurante fica fora do centro de compras e também não está no centro da cidade. Nós o encontramos por pura sorte. Ou mais acertadamente dizendo pelo faro infalível da Beth. Ela comentou ter visto uma placa de sinalização na entrada. Fomos lá conferimos e nos extasiamos.

Casal querido, melhorem a divulgação da casa. Outro recado. Levaremos as mudas de Taioba prometidas pra Dona Nonô, muito em breve.

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Taioba – Planta de folhas gigantes muito usada na culinária mineira.

As mudas que tenho no terreiro de casa me foram dadas pela anja Ângela, lá em Tiradentes.Ela é sobrinha daquela maravilhosa figura muito “Gentess”, Seu Tião Paineira. Leia a matéria escrita sobre esse artista plástico, que se expressa moldando o barro. Nosso encontro com Seu Tião Paineira está contado aqui no site na matéria sobre a Estrada Real e a cidade de Bichinho. Leiam, vale a pena.

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Ângela também nos deu mudas de Ora Pro Nobis, outra verdura tradicional na cozinha mineira. Quando Beth contou sobre sua mineirice Ângela se empolgou e ofereceu as mudas para que pudêssemos cultivar e Beth se remetesse a sua infância.

Pedra 26 Cultivar Ora pro Nobis é coisa interessante, a planta é vistosa  e sua florada é muito bonita.

… … Até muito breve pessoal.

Cako Machini
Cako Machini
Desde 1953 também responsável pelo mundo que vivemos. Publicitário, marqueteiro, empresário. Criativo, amante das artes. Resolvido a viver o Outono de sua Vida junto a natureza, priorizando as palavras e as viagens.

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