São Roque está a 70 Km de São Paulo, pode ser acessado por duas rodovias, Raposo Tavares e Castelo Branco. Não falo, não comento, não curto, não recomendo locais que não tenham Atmosfera agradável. São Roque é gostoso. Sua gente é sorridente, simpática, adora prosear. Se você passar um dia sem acabar conversando com alguma pessoa, ou no mínimo não se tornar íntimo de algum atendente, é melhor refletir e se cuidar.                       Rota do Vinho – Várias vinícolas para serem visitadas.     Capela de Santo Antonio (tombada)                   Brasital – Centro de Cultura e Lazer instalada num parque. Recanto da Cascata – recinto de exposições também Festival da Alcachofra. Sky Montain Park (é isso mesmo, pista com gelo aqui pertinho).  

                   São Roque, gosto muito dessa cidade

         Recomendo para quem está em São Paulo e região. Uma cidade que poderia ser melhor divulgada. Quem se aprofunda, quem pesquisa acaba encontrando um lugar com boa atmosfera (pra mim isso é sempre muito importante), parques, roteiros, boa gastronomia, boa estrutura de hospedagem e a rota do vinho, interessantíssimo passeio para quem tem sede da bebida ou de curiosidade sobre a fabricação. São Roque tem tradição na fabricação de vinhos.

                            São Roque tem estilo

         Por força de Lei Municipal todo o patrimônio e mobiliário da cidade são pintados nas cores Marrom e Amarelo. Como complemento é permitido usar Branco e Vinho. As cores oficiais, Marrom e Amarelo remetem as vestes do padroeiro São Roque. As complementares, Branco e Vinho dizem respeito a uma atividade econômica que deu fama ao município. Vivificar, produzir vinho.

São Roque será assunto de no mínimo duas matérias. Essa primeira irá tratar da primeira etapa e as tradições das Festas de Agosto. Posteriormente além das festividades falaremos do potencial turístico da cidade.

Festas de Agosto

A cidade festeja mais um aniversário (fundada em 1665), o padroeiro e N. Sra. da Assunção, as principais devoções da cidade são homenageadas.  

                A Tradição

Em 1881, o vigário da cidade, padre João Carlos Cunha tomou a iniciativa de ampliar renovar e abrilhantar a igreja. Uma das suas decisões foi comprar na França uma imagem de São Roque. O investimento era alto. A população foi chamada a colaborar e a operação de arrecadação foi a doação de lenha por parte dos moradores. A receita da venda dessa lenha bancou o pagamento da imagem adquirida.

A entrada dos carros de boi

O ato da doação da lenha foi muito valorizado.  Havia dia e hora para os moradores trazerem para o centro da cidade sua doação, a lenha. Seu vigário fazia a recepção das doações na praça da matriz e com pompa. Abençoava as oferendas e os doadores ungindo a todos com água benta.

O vigário presenteava os doadores com algum objeto para devoção e um punhado de sal com o simbolismo de o sal alimentar os bois e nunca faltar recursos, saúde força e condições de trabalho.

Faz quase século e meio que esse ritual é reprisado todo ano nas festividades da cidade. Os tempos mudaram, as ofertas foram sendo feita de outros modos nas a prática se perpetuou.

         Mais recentemente remetendo as origens os festeiros passaram a programar a abertura dos festejos com os carros de boi (meio de transporte rural usual no século XIX) que carregados com lenha entram em promissão até a igreja matriz onde encontram firme e forte o senhor vigário e recebem as bênçãos de agradecimento e prosperidade. O rito de distribuir algum objeto de devoção e um punhado de sal também está resgatado.

                   A Voz do Povo

Quando se pergunta sobre a tradição de doação de lenha, para uma pessoa muito simples do povo possivelmente se ouvirá uma história um pouco diferente. Minha opinião é que algum dia alguém querendo reforçar os argumentos para justificar tanta fé, resolveu agravar os fatos. Essa nova versão ficou assim.

A imagem de São Roque foi enviada da França para o Brasil mas as tratativas não estavam muito bem esclarecidas. Os franceses pensavam em venda e os brasileiros em doação. Um bom tempo depois a população já estava mais do que habituada com a imagem e como em religiosidade toda realidade é mística, a fé se distribuía entre a entidade e a imagem.

A França, radicalizando sua posição determinou a devolução da imagem. O povo se revoltou. Ponderadamente as autoridades eclesiásticas acataram a obrigação de ficar com a imagem, mas também de realizar o pagamento. Pela absoluta falta de recursos alguém resolveu ser criativo e criou a idéia de vender a lenha produzida impedindo assim a devolução da imagem.

                   Tempos atuais

Uma dúzia de carros de boi carregados com lenha abre um cortejo que hoje conta com dezenas de caminhões, também carregados com lenha demonstrando o envolvimento da população e a forte devoção existente.

Imediatamente atrás dos carros de boi desfilam caminhões e carros de transporte muito antigos, vários deles com a identificação também antiga e original das empresas tradicionais da região.

Na sequência dezenas de modernos e enormes caminhões também carregados confirmam o envolvimento e a devoção do povo. Não interessa saber se muitos estão ali para participar da festa. Todos estão aplicados numa mobilização que gera recursos e que convergem em Ação Social.

Parabéns população São Roquense, parabéns festeiros. Em 2015 estão sendo os casais Alexandre Teixeira de Carvalho e Silvana Scopel e Rubens do Prado e Ester Maria do Prado.

A história do padroeiro

Roque era um francês da região de Montpellier. Viveu entre França e Itália no século XIV. Os dados sobre ele são imprecisos. Na transmissão popular consta que ele era nobre e nasceu de família abastada. É dito que ficou órfão e sem família muito cedo. Também com pouca idade reverteu todos os seus bens em socorro aos pobres.

         Viveu numa época onde a Europa sofreu um flagelo muito grande, a peste. Segundo a história essa epidemia exterminou 1/3 da população. Não havia tratamento ou cura, os sintomas da doença significavam uma sentença de morte. Era muito comum encontrar povoados, aglomerados  de pessoas doentes que eram segregados e isolados das aldeias em função da doença. A esses grupos só havia a opção de se cuidarem e esperarem a morte.

Esses grupos isolados de doentes era o alvo da ação de Roque e talvez para muitos tenha sido a única assistência recebida. A história conta que Roque manifestava o dom da cura livrando muita gente da peste.

A Igreja o canonizou (século XVI), determinou o dia 16/08 (data presumida da sua morte) como seu dia de guarda e passou a considerá-lo como o protetor das pestes e epidemias.

Roque acabou contraindo a peste que se manifestou numa agressiva ferida na perna. A história conta que um cão começou a visitá-lo em seu isolamento. Esse cão lambia a ferida impedindo a propagação da enfermidade e passou a trazer alimentos para Roque. O proprietário desse cão passou a ser o cuidador de Roque que acabou sarando definitivamente. Já sadio Roque resolveu voltar para a França e estando em sua terra natal, em função de um atrito político ficou preso por muito tempo e acabou morrendo na cadeia. São contados inúmeros milagres de curas milagrosas ocorridas quando Roque já estava desfalecendo.  Da mesma forma muito foi dito sobre sua poderosa intercessão quando se tratava de enfermos de alguma epidemia.

                   N Sra. Da Assunção

Maria, nessa sua invocação de estar indo com vida aos céus, é muito louvada na região e papel relevante dividindo com o padroeiro São Roque as solenidades religiosas nas festas de aniversário da cidade. Seu dia de louvor será 17/08. Haverá, Alvorada, Missa matinal , Procissão, Missa Vespertina solene….

Gente conhecendo, vivendo com Gente

                   Dona Aparecida Camargo

Adoro conhecer gente. Gente interessante gente que tem alma. Essa senhorinha é um ótimo papo do auto dos seus 83 anos é participante ativa na equipe operacional dos festejos. Ela também é uma das pessoas encarregadas de “produzir” as missas. É responsabilidade de ela organizar os objetos que irão ao altar, definir as pessoas que conduzirão as oferendas. Ela é presença obrigatória na condição de convidada e Declamadora oficial nas comemorações de aniversário do jornal O Democrata.

Contou também que era fundadora e participante da banda (extinta) Sete de Setembro. Segundo ela haviam 6 bandas em atividade na cidade, todas deixaram de existir. Não ouvi uma única reclamação, uma crítica, uma queixa. Essa senhora que se diz feliz e muito ocupada sem se referir ou demonstrar cansaço se orgulha da cidade e comenta a maneira gentil da população se tratar. Aprendi toda a tradição, os porquês, os significados sobre a cidade, sobre as festividades, através da narrativa serena e agradável da Dona Cida. Beijão pequena enorme mulher.

Kim Restaurante

Auto proclamado o O Melhor Filet da cidade e rebatizado agora (por nós)    O melhor Filet da Região, esse restaurante rivaliza em muitos atributos com tantos e tantos que tem boa fama. Almoçamos muito bem.

Tentamos fazer um ranking de alguns quesitos, o resultado foi um empate técnico. Tentamos eleger a atendente mais simpática. Desistimos seria injusto citar somente uma. Notaram? Entenderam? Nossa mesa recebeu atenção de diversas atendentes, todas esbanjando simpatia e alegres sorrisos. Lembram dos meus comentários sobre a simpatia dos e das São-Roquenses? Em quantos outros estabelecimentos esse tipo de assistência normalmente acontece.

Também não eleger um prato referência. Lógico, não experimentamos as apresentações do cardápio, estávamos lá como clientes e não como críticos. Espiei todos os pratos servidos nas mesas próximas. Sem ser invasivo, com discrição, levanto e percorro o salão apreciando o que está sendo servido. A casa tem uma precisa aplicação em montar pratos com estética e coloridos ótimos. Gente Apetite-Appel envolve todos os sentidos.

Quando Luna está com fome ela fica irreconhecível. Chegou, sorriu e foi pedindo o couvert. Essa foi a primeira positiva surpresa. Foi servido um “molho” de cebola acompanhado de um pãozinho caprichado. Tivemos também o prazer de apreciar uma porção de um mini croquete exclusivo da casa. Muito bom. Não perca.

Conhecendo casas como essa fica mais forte chamar de babacas aqueles trouxas que gostam de ficar “posando” nas filas de espera de casas especulativamente “famosas”.   Conheça mais https://www.facebook.com/KimRestaurante

Convite  São Roque estará em festa por todo o mês de Agosto. Consulte www.festasdeagosto.com.br, venha curtir um clima ótimo. Pra quem quer um pouco mais boas pousadas não faltam.Fique conosco essa é a parte um da matéria sobre São Roque. Pra semana tem mais.