Quando se fala em Serra Catarinense todos lembram do frio de São Joaquim e dos ótimos Vinhos de Altitude.

Poucas pessoas já ouviram falar dessa cidade de nome estranho que traduzido do Tupi Guarani significa Pássaro Brilhante. As vinícolas estão em São Joaquim, mas o frio está em toda Serra Catarinense e foi exatamente na cidade de Urubici que estive no lugar mais frio que conheci em toda minha vida, o Morro da Igreja. Contaremos o passeio mais a frente.

No mesmo roteiro você pode e deve visitar São Joaquim, Urubici e Bom Jardim da Serra. São cidades com características parecidas, estão muito próximas. Dessa forma não se fica com aquela sensação chata de ter “perdido a oportunidade”. 

Urubici é uma pequena cidade que ostenta o título de maior produtora de hortaliças do estado. Também é uma das maiores produtoras de Trutas e de Frutas. Para nós turistas, isso importa na medida em que Urubici acaba oferecendo uma culinária de muita qualidade. Destacamos “Bodegão da Serra”, um estabelecimento que comporta restaurante, café, loja de produtos típicos da serra. A comida é muito boa mas a simpatia e a conversa do casal de proprietários é muito melhor. Conhecemos e recomendamos também a Taberna Bistrô, o nome pode ser controverso, mas a comida é correta.

Urubici enquanto centro urbano não pode ser considerada uma cidade deslumbrante. O normal em Santa Catarina é encontrarmos cidades floridas, tratadas, cuidadas. Urubici pode e deve melhorar, o seu entorno exige isso. No centro urbano vale a pena conhecer a Igreja de NS Mãe dos Homens. Uma edificação de arquitetura peculiar e tamanho avantajado.

Tome cuidado com horários, a cidade (comercio, serviços) como é feito em praticamente toda a região fecha na hora do almoço.

Existem dois locais de visitação obrigatória. A Serra do Corvo Branco e o Morro da Igreja. Foi no Morro da Igreja que vivenciamos a sensação de maior frio. Saímos do centro de Urubici com sol e temperatura baixa. Subimos a serrinha curtindo uma paisagem linda. Urubici faz parte da região chamada Aparados da Serra. Essa região que se espalha entre a divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é uma região de cannyons, e isso significa, paredões, escarpas, imensos abismos, formações rochosas surpreendentes.

Morro da Igreja

A visitação do Morro da Igreja é controlada. É preciso retirar uma senha de acesso numa repartição de turismo no centro da cidade. O número de automóveis com acesso ao pico do morro é limitado. A rigidez é devida ao fato de funcionar ali uma unidade do CINDACTA (vigilância aérea brasileira)

Você vai subindo e a temperatura vai despencando. O morro tem 1822m de altitude e a temperatura normalmente é expressa em um só dígito. Considerado um dos pontos constantemente mais frios do Brasil o local com frequência apresenta temperaturas negativas. Dizem que em 1996 foi registrado -17°.

Pessoal, o que venta no topo desse morro é inacreditável. Sem beber um único gole você fica com a sensação de estar balançando. Isso cria uma sensação térmica muito, muito baixa.

É comum, e nós fizemos isso várias vezes, você voltar a ficar dentro do carro, para fugindo do vento (e do frio, claro) tomar coragem e enfrentar mais um pouco.

Nunca imagine ser possível visitar o Morro da Igreja sem estar muito bem agasalhado.

Eu diria que um abrigo de motoqueiro por cima de uma roupa de inverno é o figurino ideal. Com gorro e luvas, claro.

Acreditem ou não vimos saltar de um BMW uma garota loirinha vestindo uma mini saia preta de couro. Aposto que aquele celebre conceito “Periguete não sente frio”, veio a cabeça de todos. Não sei dizer quanto tempo a valente moçoila resistiu, curtir a paisagem era muito mais interessante. Nada temos contra a moça mas vai ser sem noção lá adiante………….

Literalmente no Morro da Igreja você está acima das nuvens. Sem nenhuma cerimônia, nuvens desfilam a sua frente encobrindo total ou parcialmente a estupenda vista.

Desse mirante é possível ver com clareza (quando as nuvens permitem) a Pedra Furada, uma caprichosa arte da natureza que resolveu fazer um buraco quase circular numa pedra e encravá-la no alto de uma montanha.

Registrou? Morro da Igreja, Urubici SC.

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Nosso trabalho é sobre o verdadeiro Turismo da Terceira Idade. Turismo para Maduros. Turismo para maduros descolados. Um Turismo Racional que considera os interesses, objetivos, condições e disponibilidades dos Maduros. Fugimos dos modismos, dos destinos e atrações previsíveis. Buscamos as coisas curiosas, as coisas típicas, excêntricas. Queremos conhecer a alma, a atmosfera a beleza singular de tudo e de todos.

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A Serra do Corvo Branco

Não sei e não interessa se algum condor foi chamado de corvo. Na região fala-se que o homenageado seria o Urubu-Rei. Essa ave não é toda branca e confundiram corvo com urubu, coisas da cultura popular.

A Serra do Corvo Branco é trecho da SC 439, a primeira estrada a ligar o litoral e a serra catarinense.

Bem no início do trecho que recebe esse nome você obrigatoriamente estaciona para contemplar uma tremenda ousadia da nossa engenharia. Foi aberto na rocha uma fenda de mais de 90m de altura para a estrada passar. É impressionante ver esse corte.

Nesse ponto você atinge um mirante igualmente fantástico, com aquela paisagem de  cannyon que te obriga a olhar tudo vagarosamente porque sempre existe uma novidade para ser apreciada. É possível ver também boa parte do traçado da estrada que sem economizar curvas serpenteia pelas beiradas dos morros ladeada de precipícios.

Haviam avisos que a estrada estava interditada em função de um deslizamento. Uma ótima notícia, não acham? Resolvemos não descer. A estrada não é inteiramente pavimentada e os comentários sobre seu estado de conservação eram ruins.

O posto oficial de informações é uma barraca montada na traseira de uma pick-up que vende principalmente pinhão cozido e quentão. Boa ideia e ótima surpresa não acham?