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Pousada Pardieiro

Estávamos em 2001, seria a primeira viagem para Paraty. Selecionando a hospedagem fizemos uma aposta vitoriosíssima numa pousada que tinha a partir do nome uma aura a ser revelada. Pousada Pardieiro. É muito ousadia usar um termo pejorativo num estabelecimento desse gênero.

Ai você fica informado que o proprietário é o enorme Paulo Autran. Acreditando que um sujeito de tantos predicados não iria se expor junto a um empreendimento de padrão duvidoso abandonamos quaisquer outros critérios e nos decidimos pela então enigmática, Pousada Pardieiro.

Encontramos uma casa ótima, aconchegante, sóbria, requintada. Se o enorme Paulo Autran era ou não o real condutor do estabelecimento, não sei, não fiquei sabendo. Mas tudo tinha a leveza, o aconchego, o cuidado da alma sensível de um artista desse nível.

Que fique bem claro, eu disse requinte, e isso não tem nada a ver com luxo ou ostentação.

História

A Pousada Pardieiro começou a ser montada em 1968 quanto Paulo Autran e Fábio Vilaboim de Carvalho adquiriram com essa finalidade uma casa em péssimo estado de conservação, praticamente em ruínas. Um verdadeiro pardieiro. O termo é um designativo depreciativo para locais em péssimas condições.

Com máximo respeito pelas normas arquitetônicas de época e pela vegetação natural da região, a casa foi sendo reinventada. Outras propriedades vizinhas incorporadas e novas obras planejadas e lá estávamos nós mais de 30 anos depois desfrutando de um local digno de aplausos, muitos aplausos.

Tudo que vimos era bem cuidado. Os chalés são isolados, encravados num jardim rústico e denso, na verdade arranjos da vegetação primitiva da região.

A casa e os serviços

Não quero falar sobre limpeza, conforto, conservação isso é o básico. Quero contar sobre o requinte dos detalhes. Como não poderia deixar de ser, daquele ambiente exalava cultura. Além da ampla biblioteca numa das áreas internas de lazer, livros eram encontrados por todo estabelecimento. Em todos os ambientes quadros, esculturas, peças de bom gosto que iam muito além da decoração.   

Exemplos de atenção e cuidado. Em todos os chalés, havia dois guarda-chuvas disponíveis. A região tem um índice de precipitação bem alto, colocar guarda-chuvas a disposição, foi entendido por mim como muito mais do que um paliativo, era um convite ao encontro da poesia da região de Paraty mesmo em condições não absolutamente ideais.

Ótimas lembranças

Um brinde da natureza. Durante nossa estada, todas as manhãs, por volta das 7:30h um bando de saguis, passou pela pousada. Sim exatamente isso, eles surgem de um lado da mata, se fazem notar na área externa, recolhem as frutas disponibilizadas a eles e seguem em frente voltando para a mata em outra direção. Foi pitoresco esse recorrente encontro.

Exemplo de sensibilidade. Não havia proibições, havia instruções sobre o que era possível, ou mais conveniente. A redação do aviso alertando sobre o uso de óleo bronzeador na piscina era um recado lúcido e gentil sobre melhores práticas de respeito a natureza e aos princípios do consumo consciente (já naquela época).

Área de lazer, interna e externa, super agradáveis. Piscina, ótima, sauna (eu adoro sauna) sensacional.

Vocês os Maduros que nos seguem sabem como valorizamos a atmosfera dos lugares. A Pousada Pardieiro, tem uma atmosfera ótima.

Voltamos agora em 2019, duas décadas depois o charme, a aura artística continuam. Estamos sem o nosso Paulo Autran, que nos deixou em 2007 mas certamente ele não se decepcionaria com o rumo tomada por esse seu empreendimento.   

 

Pousada Pardieiro   
(24) 3371-1370
[email protected] 
https://pousadapardieiro.com.br                                                                                                                            

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Charme, bom gosto, requinte, prazer em viver. 

São João Del Rei – Pousada Villa Magnólia

Ouro Preto – Pousada Chão de Minas

 

Cako Machini
Cako Machini
Desde 1953 também responsável pelo mundo que vivemos. Publicitário, marqueteiro, empresário. Criativo, amante das artes. Resolvido a viver o Outono de sua Vida junto a natureza, priorizando as palavras e as viagens.

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