Cara & Coroa

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Cara & Coroa

Contarei sobre uma noite do ano de 1976. Na época eu tinha 25 anos.
Minha mulher passaria o final de semana fora. Fui leva-la na rodoviária. Na volta, sempre fui um picareta, dei uma volta pela Rua Augusta. O mundo para nós, jovens dessa época girava em torno dessa rua.
Estava fazendo o que todos ali faziam, paquerando. Ali ninguém tinha pressa. Os rapazes exibiam seus carros e as meninas suas minissaias.
Estava tentando chamar a atenção de uma garota, ela atravessou a rua e começou a andar em sentido inverso. Seria impossível persegui-la.
Notei um cara na porta de um bar que chamando minha atenção mandou um recado. Gestualmente ele disse que “aquela” era metida a difícil e me ofereceu partilhar sua cerveja. Acenei positivamente e estacionei o carro.
Ele contou que vinha sempre naquele pedaço, que conhecia a peça e ela se entendia muito gostosa e dava bons dribles na maioria dos paqueras.
Conversamos um tanto e veio o convite: – Vamos até meu apartamento, moro aqui na Bela Cintra, no mínimo a cerveja é de graça.

Topei. Ele nos serviu cerveja, sentou-se ao meu lado e fomos conversando sobre quase tudo, durante um bom tempo. Ai veio uma pergunta inesperada.
– Você estava procurando alguém para transar? Respondi que sempre estou a fim. Ele foi ainda mais surpreendente. – Porque não transa comigo? Pode ser muito bom.

Não sei se respondi alguma coisa, mas minhas coxas começaram a serem acariciadas. Desabotoando minha camisa, me recomendou que ficasse bem a vontade. Disse isso esmagando meu pinto por cima da calça.
Levantei, ele também, tiramos a roupa. Ele me abraçou, começou a mordiscar meu ombro, fez carinhos viris nas minhas costas.
Rodeou meu corpo, se posicionou nas minhas costas, segurou vigorosamente meu pinto e me deu uma encoxada emérita. Fui sentindo ele rebolar no meu traseiro e francamente estava gostando do que sentia.
Não sei como mas me lembro de estarmos deitados na cama e abraçados de frente um para o outro. Nós nos esfregávamos e eu acabei gozando.
Rindo ele limpou nossas barrigas e foi me virando. Eu estava deitado de costas e tinha um homem se esfregando no meu traseiro.

Até aquele dia meu cuzinho era virgem. Há alguns anos atrás fui surpreendido quando uma mulher que eu estava comendo, sem nenhuma cerimônia enfiou um dedo em mim. Demonstrei ter gostado e ela colocou dois dedos dentro de mim. Gozei muito e gostei da brincadeira.
Mas eu era careta demais para pedir ser penetrado por outras mulheres e muito menos para procurar um homem e ser comido de verdade.
Meu parceiro daquela noite, afastou minhas pernas, dei uma olhada pra trás e vi ele cuspir fartamente lubrificando meu cuzinho com sua saliva. Estava muito claro que eu seria comido, que meu cuzinho seria arrombado, mas resolvi ir em frente. Francamente nem sei se teria condições de me negar a dar a bunda. Ele era maior que eu, me agarrou pela cintura e mandou seu pinto pra dentro de mim.
Repentinamente comecei a sentir uma dor muito forte. Devo ter gritado de dor, tentei me desvencilhar, mas era impossível. Enquanto ele não tivesse o seu prazer eu não teria como sair daquela situação. Na prática eu fui e entendi exatamente o significado “passivo” da relação homossexual masculina.
Passou tanta coisa na minha cabeça, fiquei desesperado com a eternidade e a brutalidade que estava sendo aguentar aquele macho decidido dentro das minhas entranhas. Cheguei a pensar que dali iria direto para o Pronto Socorro.  
Não sei exatamente como começou mas a sensação começou a mudar. A dor diminuiu e eu sentia diferenciada na região do meu corpo envolvendo o cú o saco e o pinto.
Não senti quando, mas ele deve ter gozado, seu pinto relaxou, a pressão dentro de mim diminuiu, o medo e o desespero passaram e eu passei a gostar do que sentia.
Ele soltou meu corpo, desabou do meu lado, tomou folego e sentenciou: Você é um viado muito gostoso. E ai? Como deveria me entender? Elogiado ou humilhado?
Levei a mão até o traseiro, inspecionei não havia sangue. Relaxei. Tateei meu cú novamente e percebi que a região estava sensível, na verdade gostosamente sensível.
Meu parceiro continuou a elogiar meu cú. Disse que eu era apertadinho, quentinho, gostoso. Disse que queria me comer mais vezes. Resolvi que não iria ficar racionalizando. Conferi novamente, não estava “rasgado” e a sensação de prazer ao toque continuava.
Decidi entender melhor o que estava se passando. Fui me sentar sobre meu parceiro, ajeitei seu pinto na portinha do meu cú e fui experimentando. Botei pra dentro no máximo um terço do pinto que havia me estraçalhado. Agora não havia dor, só prazer. Rebolei, mexi, deixei entrar mais, tirei. Eu estava no controle e estava adorando tudo aquilo.
Essa era uma noite de sexta feira. Lembro de ter ido para casa rebolando no banco do carro. Durante todo final de semana fiquei sentindo um tesão extraordinário. Me masturbei várias vezes. Meu corpo estava sensível, tudo me dava tesão. A sensação era que tudo estava interligado, pinto, cú, saco, região do períneo tudo estava sensível e dava tesão.
Sem dividir com ninguém, aquela foi uma noite memorável e ficou na história. Se aquilo era ser viado, eu assumiria com muito prazer a classificação.
Nunca vou negar que sofri uma dor intensa, mas tenho a certeza que valeu muito a pena.
Eu era um estúpido de um careta, guardei minha viadagem por quase 20 anos. Isso foi um absurdo, foi um crime. Quando criei coragem de enfrentar meus grilos e resolvi dar a bunda novamente, namorei um pouquinho com meu parceiro, expliquei que eu era quase uma virgem e pedi muita paciência.
Deu tudo certo. Não sofri e gostei muito.
Nunca, mas nunca mesmo isso atrapalhou minha relação com as mulheres. E quando encontro espaço para isso peço o famoso Fio Terra.
Agora, dominando a situação, com a maior naturalidade, procuro estar com outros homens e posso brincar de Cara & Coroa.

 

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Cako Machini
Cako Machini
Desde 1953 também responsável pelo mundo que vivemos. Publicitário, marqueteiro, empresário. Criativo, amante das artes. Resolvido a viver o Outono de sua Vida junto a natureza, priorizando as palavras e as viagens.

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