Pousada do Chafariz
Procurávamos por um local agradável, integrado ao “clima” do lugar visitado. Que fosse muito bem localizado e claro, dentro de uma relação Custo X Beneficio extremamente favorável. Encontramos uma ótima pousada e como nas origens de Mariana também encontramos Ouro. E nem foi preciso garimpar muito.
A Pousada do Chafariz é bem construída, tem limpeza, conforto, Wi Fi, um bom estacionamento interno, enfim tudo aquilo que se deva esperar de um bom estabelecimento. E excede na comparação com outros por ter e não esconder um tesouro sócio/cultural incrível. Dona Socorro.
Maria do Perpétuo Socorro Eufrásio, a fundadora da pousada é uma figura impar. Ela é culta, sua última faculdade foi concluída já mãe de família. Está totalmente inserida na vida artística de Mariana e tem uma história de vida interessantíssima.
Se fizéssemos uma comparação e afirmássemos que a vida de Dona Socorro equivale a uma telenovela (muitas tramas, rica em personagens, cheia de ação) seria necessário alertar que ela está longe dos capítulos finais. Essa afirmação não está relacionada com a idade e sim com a sua capacidade de iniciativa.
Chegamos à pousada, nos instalamos, comemoramos pela qualidade do quarto o acerto da escolha, repousamos algum tempo nos recuperando do longo trecho da viagem. Quando resolvemos tomar um café e dar uma voltinha nossa agradável surpresa começou. D. Socorro coleciona arte e deixa muitas de suas peças pela pousada. Que fique bem claro: Peças de arte expostas, isso é muito diferente de objetos de decoração espalhados pelos ambientes.
Mas o alarme de alerta soou mesmo quando ficamos frente a frente com uma tela pintada em óleo medindo +- 2 X 2, no salão de refeições. D. Socorro coleciona “Santas Ceias”. A tela retratava uma ceia, tudo nos remetia a Santa Ceia, mas os personagens eram outros.
Qualquer um com um mínimo de senso artístico, qualquer pessoa sensível, vendo aquela obra, para e passa algum tempo se deleitando. A qualidade do trabalho fica identificada no primeiro momento. As proporções da tela implicam em ficar observando detalhes durante algum tempo. E você continua indagando sobre os personagens. A história da concepção da tela é sensacional.
Quando mais tarde pude estar com D. Socorro, elogiei merecidamente, porém rapidamente a sua pousada e embarquei no motivo da minha curiosidade, o que significava aquela tela?
Quem fora retratado usando os paramentos eclesiais era Dom Luciano Mendes de Almeida e seus acompanhantes eram figuras destacadas da cidade de Mariana e da vida de D. Socorro.
Reconheço e lamento, tenho uma memória péssima para nomes, datas, rostos. Assimilo e guardo os processos, mas aquilo que é factual, não se garante em minha memória.
Vi pessoalmente Dom Luciano (enquanto bispo auxiliar de São Paulo) várias vezes, mas não o reconheci. Parte grande da responsabilidade por essa falha deve ser atribuída a Elias Layon o competente e talentosíssimo autor da tela que teimando até mesmo com Dom Luciano insistiu em retratá-lo com vestes eclesiais. Dom Luciano uma pessoa por princípio simplista, sempre (que possível) optava por terno preto e colarinho clerical.
No final do texto, temos tópicos específicos sobre Dom Luciano (que já tem sua biografia sendo analisada pela Congregação para a Causa dos Santos). Sobre o grande artista Elias Layon, e sobre o quadro “A ceia de Mariana”.
A Pousada do Chafariz é administrada por Ludmilla, uma das filhas de D. Socorro. Poderíamos dizer que temos um caso de transferência genética de competência, tudo está em ordem, nem D. Socorro nem os hóspedes podem reclamar de alguma coisa.
A Pousada do Chafariz oferece um aprovado restaurante. Em todo o ambiente se respira arte. E o quesito lazer fecha o ciclo de decisão positiva. A pousada oferece piscina e sauna, receita exata para relaxar no final da tarde.
Ludmilla e D. Socorro sabem tudo, conhecem todos em Mariana. Conversando com elas você realmente conhecerá Mariana.
Pousada do Chafariz Rua Cônego Rego 149 (31) 3557-1492
https://www.facebook.com/PousadaDoChafariz/ http://pousadadochafariz.com.br/
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A Arte do encontro
Viajar além de encantar os olhos, ativar todos os sentidos, encher a alma de sensações incríveis, mexe profundamente com o nosso coração. Não falo das paisagens, dos caprichos da natureza, das talentosas obras visitadas. Estamos colecionando grandes paixões. Temos encontrado pessoas incríveis. Seres maravilhosos com vivências fantásticas. Conheça algumas pessoas por que nós nos apaixonamos.
Socorro Eufrásio – Pousada do Chafariz, Mariana MG
Regina – Pousada Parque dos Beija Flores, São Tomé das Letras MG
Lucila – Restaurante da Sinhá, São Tomé das Letras MG
Milsane de Paula – Sebastião Gourmet, Sabará MG
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Cidades Históricas de Minas Gerais
Não se engane. As cidades histórias não são iguais. Quem afirma isso é preguiçoso, muito mal informado, ou não tem sensibilidade.
Cada uma delas conta a seu modo um pouco sobre o período áureo da corrida do ouro brasileira.
Vale a pena inclusive visitas as cidades menores, menos citadas De qualquer forma essas são imperdíveis. Veja a nossa principal interpretação sobre cada uma delas.
Mariana – É a cidade onde a Igreja está mais presente. Digo também que é a mais “classe média” de todas.
Ouro Preto – Vende a ideia de ser o centro político.
São João Del Rei – Era o recanto da Cultura e de residência da aristocracia financeira.
Tiradentes – Poesia pura. Parece que o tempo parou por ali.
Sabará – Fico com a impressão que a cultura, o jeito mineiro de ser se forjou ali.
Congonhas – As obras de Aleijadinho são imperdíveis e testemunham, inclusive politicamente, a época do Brasil colônia.
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